quinta-feira, 14 de agosto de 2008

TOU DE FÉRIAS

E pronto teve que ser, eu já na podia mais....


tou de férias......




.... lá fora cá dentro!


E vocemecês aproveitem e vão também... se puderem!
inté... um dia destes!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A PROCISSÃO (Parte II)

Pois bem. O Confrade Mor lá ia a comandar a procissão. Junto dele além dos ditos soldados, iam mais uns apóstolos, umas mulheres, o padre Gervásio e…e o Jesus Cristo. Era a fila da frente da procissão. Subindo o morro. Suando as estopinhas. O Cristo, era forte, e apesar de estar quase a perder aos pontos devido ao tamanho e peso da cruz. Mesmo assim, continuava firme e seguindo em frente como que gozando o carpinteiro que fez o adereço.Bem que podia ter feito uma cruz de madeira oca, mas não, fê-la do mais duro carvalho!
O Confrade Mor que ia mesmo atrás do Cristo com o seu chicote, ás tantas começa a meter-se com este!
- Oh Cristo anda mais depressa!
- Anda lá que ainda tenho que ir marfar uma merenda...! E a seguir apanhar um avião!
- Mexe essas patas!

O Jesus, suando por todos os poros, fedendo a suor e todo fpdjdo, olha para trás para ver de onde vem o atrevimento e quase desanca o Confradeco Mor com o olhar. Aí é que aconteceu o reconhecimento. O confradeco Mor descobre que Jesus Cristo é o candidato noviço, o Juan de la Cosa, o safado que lhe quer roubar o lugar na confraria.
Matutou um pouco, e falou com seus botões e decidiu:- É hoje! Hoje vais pagá-las!... É que estás mesmo a jeito!
Aproximou-se mais do Cristo e, ao de leve, assim como que para experimentar a reacção, dá-lhe uma chicotada.
JC, estranhou, mas aceitou resignadamente aquilo, sem entender bem de onde vinha. Outra chicotada. Mais forte. Cristo olhou por baixo da cruz, para trás, procurando o padre Gervásio á espera de uma explicação. O vigário tinha colocado um lenço para tampar a moleirinha e seguia concentrado rezando seu rosário mas olhando ao viés para o decote provocador da escultural Soraia, e nem viu o desespero do Jesus Cristo. Mal se vira para frente, vem outra chicotada. Esta até queimou. Aí é que ele viu e reparou no franzino do Mor. Olha para ele com um olhar como que pedindo clemência. A procissão continua. Quase todo mundo em silêncio, absorto em seus pensamentos e orações, alguns rezando concentradamente, ouvindo-se apenas um murmúrio colectivo. E, lá na frente, o chicote entrou de serviço mais uma vez.- Pára com isso, oh maldito dos infernos!Quase ninguém ouviu, a não ser o próprio Mor, um ou outro soldado, e o Manguelas, que fazia o papel do apóstolo Pedro. O Cristo cuspia fogo pelos olhos e fumo pelas ventas. O franzino do general Mor ofereceu-lhe um sorriso amarelo, e sem dó outra chicotada que estalou no costelado nu do JC.Soraia, rapariga das mais cobiçadas, que trabalha numa casa de varão, e aqui fazia de Madalena, estranhou aquela cena fora dos conformes. A Cremilda, que fazia o papel de Maria, a mãe do Homem, também estranhou a afronta ao “filho”. O Xico Cortiça, o apóstolo João, ficou com um pé atrás ao ver a cena. Foi quando descambou tudo. O JC, desesperado, atirou com a cruz para o lado e saltou para cima do Generaleco. Este, vendo que correr para baixo era melhor que correr para cima, destrava-se pela ladeira abaixo, com o Cristo nos calcanhares. Dona Cremilda, vendo que ia haver porrada, corre atrás dos dois para apartar a desavença, seguida logo atrás pela jovem Soraia. Os apóstolos Pedro e João, entendendo tudo, vendo que a coisa ia ficar preta, levantam as saias e correm também para não deixarem ninguém matar ninguém. Padre Gervásio, quando descobre que alguma coisa não ia bem, vendo a frente da procissão sem o Cristo, e que as tetas da Soraia já tinham abalado, levanta a batina até a cintura corre atrás dos seis, á procura de satisfações. Os outros actores, que nem ensaio tiveram, pensando que aquilo fazia era parte da encenação, mandam-se também, ladeira abaixo, tropeçando uns nos outros.
E o povo, ah, o povo! Assim que os primeiros da procissão vêm aquela correria, e o padre Gervásio quase branco a correr atrás de Jesus Cristo, começam a perguntar uns aos outros - o que que se passa?. E, sem entenderem nada, fazem meia volta e desatam também a correr ladeira abaixo. A professora Clarete perde os garotos no meio daquela trapalhada toda. O Sargento Ferrugem gritava "calma, pessoal, calma!" mas, por via das dúvidas, sem entender o motivo da correria, resolve dar corda aos sapatos ladeira abaixo. O ceguinho, Zé Cauteleiro, no meio da poeirada toda, ficou a rodar, meio tonto, e gritando "acudam-me! Tirem-me daqui!". A cadela da Maria Bolacha gania de desespero por não encontrar a dona! A Carminda benzia-se desalmadamente e gritava pelo Rufino, que entretanto já se tinha desviado da multidão, protegendo-se dos raios solares debaixo de um chaparro estando a abocanhar o gargalo do palhinhas, enquanto o Labregas desesperado e com a boca seca desesperava pela sua vez. A madrinha da esposada, parou a discussão com o ti Manel Carrapeta, porque um se perdeu do outro, cada qual procurando sitio para se esconder do perigo iminente. O retratista reporter Lambe Botas, foi o único que não correu. Ficou no meio daquela gente em fuga, triste, olhando para sua Pentax analógica despedaçada no chão.

Foi assim que a procissão se inverteu. Em vez de chegar lá a cima ao Monte da Mimosa, foi parar no fundo de onde tinha partido. O Padre Gervásio ainda chegou a tempo, de livrar o general das mãos do JC que, com uma mão só, o segurava pelo pescoço, contra um chaparro, enquanto os seus pezinhos balançavam a um metro do chão!
Entretanto já alguns aplaudiam o Cristo, e gritavam - dá-lhe, dá-lhe!
Outros diziam: - oh Cristo deixa o homem, mete-te com os da tua idade! – tem vergonha!
Havia outros que não tomavam partido por nenhum deles, e estavam expectantes á espera do vencedor desta contenda, para se por do lado dos vencedores!
Entretanto, como o pequenote já estava quase a sufocar, chegam o resto das tropas, e toca de distribuir pancada em tudo o que mexia, eles eram novos, velhos mulheres, os que estavam vestidos com as cores da confraria e os que não levavam! Todos os que apareciam pela frente levava, até o Finzinho que é por todos levou na fuça!
Levaram todos é como quem diz! Porque quando chegaram ao comuna branco, a coisa piou fininho!
Eu só o ouvi dizer pode vir a tropa toda que eu tenho o meu paiol cheio de balas!
Bem! Esta frase do Nelo Comuna ainda incendiou mais as hostes e o que era um pequeno reboliço, e passou a batalha campal!
Coisa nunca antes vista no Marmanjal!

Eu ria desalmadamente com a comicidade do filme!
Entretanto apercebo-me que outro estava a fazer papel de retratista ou armado em repórter, e que me apontava a óptica!
Era o inginheiro Hélio Pavão! Vou-me em direcção a ele e zás.... dei-lhe um murro nas fuças!
A Seguir levei eu um estalo… e.... acordo!
- Oh Manel porra… tas maluquinho ou quê! Pões-te para aí a rir tanto que até estava assustada.... e a seguir dás-me nas fuças!... Que se passa homem!

- Foi um sonho, mulher...foi um sonho!

FIM